sábado, 21 de agosto de 2010

AMOR


Oh, a dor do amor!

O amor é uma doença....
e tem seu leque próprio de pensamentos obsessivos.
Repare só no pobre coitado doente de amor:
ali está ele caído sobre um sofá....
respirando mal- excepto ocasionalmente,
quando lhe sobe um suspiro das profundezas do seu desespero.
E, no momento seguinte....
passeia agitado de um lado para outro,
suas faces alternadamente pálidas e coradas.
Que bicho o mordeu? Que inseto o picou?
Na hora do almoço,
nem toca no prato.
Desamado,
odeia seu próprio corpo,
recusa-lhe todo e qualquer alimento.
Meia hora depois, recebe um telefonema.
Afinal , ela o ama!
Não demora muito, está comendo com avidez.
Um amigo o cumprimenta e ele mal responde.
Perturbado, pega no jornal....
apenas para ficar ali pasmado, sem saber que diabo está fazendo.
Ah Cupido , menino travesso....
como és cruel em tuas brincadeiras!
Repare no homem triste, encostado a uma parede,
uma das mãos nos olhos outra no peito sentindo as palpitações.
Se a imagem perdida da sua amada lhe atravessa a mente,
logo seu rosto brilha em êxtase.
Mas espera!
Num repente,
alguma coisinha trivial vem à lembrança.....
e de novo o rosto ganha aquela máscara de ansiedade,
sulcado de sulcos profundos.
Eis as alegrias do amor!
Que o céu nos proteja dessa felicidade!
Embora o amor seja uma doença incurável,
não devemos perder a esperança.
Se o doente resistir a fase mais crítica,
pode ter esperança de que o amor vai perder muito da sua virulência,
e finalmente sumir.
Ainda bem,
pois todo aquele que sofre os tormentos das febres do amor crónico....
acaba de morte prematura.
Apesar de todo sonho descobrir uma cura....
para tal descobridor,
nem mil Premios Nobel seriam recompensa suficientes.
Talvez sob a rótula do joelho ou debaixo dum dedinho do pé,
está a tal glandula, que uma vez removida,
tornaria imune ao amor a pessoa operada.
Talvez não a encontre nunca....
mas continuo a procurar,
e pedirei aos que vierem depois de mim, que continuem procurando.
Bem....
até lá sinto-me inclinado a concordar com meu pai,
que receitava ....
chuveiro frio e três corridas em volta do quarteirão como remédio infalivel,
para o negócio do amor.

Beijos no coração.

Maíco.

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